quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Tatuagens

Uma vez eu vi uma policial com três estrelinhas tatuadas no pescoço. Foi assim que eu comecei com minha abordagem na nona Clenilda...
Hoje eu vi um bombeiro com uma tatuagem no braço...
Mas eu sei que muita, e eu digo MUITA gente ainda tem um “certo” preconceito para com as tatuagens. Preconceito ou só discorda... Acha feio, sei lá, isso não é o ponto.
O que aconteceu é que depois de ver o bombeiro eu fiquei pensando por um bom tempo em quanto a minha área de trabalho é aberta à esse tipo de estilo.
Tatuagens, piercings, cabelo colorido, homem de cabelo comprido, moicanos... Até moicano de dreads eu vi esses dias... Nada disso interfere na sua produtividade e inteligência. Ou pelo menos eu nunca vi algum dos meus conhecidos ser discriminado por ter alguma dessas características... Eu mesma tenho três tatuagens, e duas delas volta e meia estão à mostra...
Mas também não é bem isso que eu quero dizer...
Fiquei pensando em como nós somos sortudos por não ter que nos preocupar com isso. Eu tenho certeza que, se eu fizesse uma tatuagem na cara não mudaria em nada minha vida profissional atual... Mas se eu tivesse que procurar emprego em outra área, numa loja de roupas, por exemplo... Vixe! Só lá na Galeria do Rock e nem tenho certeza disso!

Bom... Minha paixão por tatuagem nasceu aos 14 anos... Pura sorte eu não ter um puto no bolso e nem coragem de peitar meus pais... Eu lembro que queria tatuar uma lagartixa subindo no pescoço e que o rabo dela passeasse pelas costas inteiras...
Remoí essa ideia por anos a fio, mas aí percebi que não era realmente uma das boas...
Pra iniciar o ciclo eu resolvi colocar um piercing. É, o que tem a ver tatuagem com piercing né?! Kkkkkkkk Mas na minha cabeça eu pensei ser totalmente lógico que se eu conseguisse me adaptar a uma coisa estranha como um piercing, eu conseguiria também me adaptar à uma tatuagem, e caso não me adaptasse, o piercing eu poderia tirar :D.
O piercing no final das contas não deu certo... Uma noite dormi em cima dele e inflamou que nunca mais sarava. Até que desisti dele e arranquei.
Mas aí eu queria uma tatuagem. Pensei que a melhor coisa a fazer era escolher um desenho pequeno, simples, bonito, delicado e que o melhor lugar pra primeira tatuagem seria um lugar onde eu não enxergasse todos os dias. Fiz uma flor no ombro (antes de tirar o piercing, aliás, antes dele inflamar até).
Eu nunca esquecerei as primeiras sensações após tê-la feito. Eu olhei no espelho, ainda no estúdio, e achei uma porcaria! Pensei comigo, “MEU DEUS, MINHA MÃE SEMPRE TEVE RAZÃO!!! QUE MERDA!!!”. Aí paguei e fui pra casa meio que em transe. Não conseguia acreditar que tinha feito aquilo. Nem tive coragem de ir pra minha casa mesmo, então fui na casa da minha amiga. Olhei novamente no espelho e aííí sim me emocionei! Não sei o que aconteceu no estúdio... Ela estava agora totalmente diferente e muito mais bonita. Enfim, gostei pra caramba e gosto muito toda vez que olho pra ela!
O tatuador disse pra passar pomada sempre e deixar coberto com um plástico. Aí um dia, eu estava tomando banho e lavando a tatuagem com cuidado, e saiu uma pele enorme de cima dela, toda pintada! Pensem num susto! Eu na hora pensei: “foi-se tudo minha tatuagem!!!!!!”, e corri olhar no espelho. UFA, ainda estava lá. É que como eu deixava com plástico e pomada o tempo inteiro, ela não foi descascando com o tempo... Descascou numa vez só... Absolutamente normal, mas né... Susto é susto!
Dois anos depois veio a segunda e dois anos depois da segunda veio a terceira. A terceira sim é no lugar onde eu queria muito uma tatuagem, que é a perna. A-do-ro ela. Amo. Simplesmente não tem como explicar a sensação de ver todo dia uma coisa no teu corpo e achar ela maravilhosa e emocionante.
Nenhuma das três tem significado algum pra mim... Eu simplesmente achei os desenhos bonitos e meti bala! Pra fazer a da perna eu fiquei olhando pra figura por mais ou menos um ano... Queria ter certeza que faria um desenho do qual eu não fosse deixar de gostar de uma hora pra outra...
Sou extremamente contra tatuar nome de companheiro, seja marido, namorado ou tanto faz... Sou contra tatuar um monte de coisas, mas cada um faça o que quiser.
A quarta tatuagem eu já escolhi. Faz anos que amo aquele desenho, ele é muito fofinho. Dessa vez farei uma homenagem aos meus pais e irmãos... Mas não que isso mude o fato de minha mãe achar que to virando um gibi (é básico elas acharem isso, penso eu...). Mas vai longe pra essa ser impressa, acredito que 2013, por aí.

Outro dia um amigo meu questionou o por quê de fazer tatuagens. Qual é a graça de fazer tatuagens? Olha, sinceramente, penso que só fazendo uma pra saber. Pra mim elas são como filhas que nunca me incomodarão, hahaha. Na primeira você fica todo “tremendo na base”, achando que vai se arrepender e tal. Depois que passa a dor, você já quer saber da próxima.
Não sei se um dia eu me arrependerei de tê-las feito. Não descarto essa hipótese. Mas hoje eu olho pra elas e me da um amor tão grande que incha o coração. Espero que isso não mude com o tempo e que a minha pele não fique extremamente enrugada bem certinho no lugar onde eu as fiz, hahaha.
É, falei um monte de coisa e não disse nada com nada né? Nem sei se eu queria deixar alguma mensagem subliminar. Enfim, gosto de tatuagens, gosto que as empresas não tenham preconceito na hora da contratação. Gosto que esteja ficando mais popular, deixando de ser coisa de bandido e drogado :D.
Mãe, quer fazer uma? Eu podia fazer uma luazinha e você um solzinho, que tal?! Hahaha.

2 comentários:

  1. Eum passo.
    Como não gosto de me sentir pressionada, penso que só o fato de saber que são permanentes, já me deixariam apreensiva.
    Por exemplo, não me sinto bem em um ambiente desconhecido, cuja saída não esteja por perto. Seria mais ou menos a mesma coisa. Eu me sentiria refém da tatuagem!
    Fique com as suas. Aliás, aquela das costas, diga-se de passagem, é HORRÍVEL.
    Mami

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