sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Minha casa, minha vida

Hoje durante o lanche da tarde eu estava bolando planos para pegar meus vizinhos intrometidos: - Colocar corante de comida dentro da maquina de lavar; - Colocar água sanitária (também conhecida no sul como Qboa e aqui como Candida) dentro da maquina de lavar; - grampear a extensão utilizada pra ligar a maquina de lavar pra que quando ligassem ela novamente levassem um choque; - Colocar um dispositivo eletrônico no varal pra dar choque em quem utilizasse (com roupa molhada o choque é maior). Mas a verdade é que isso tudo é muito utópico e também vocês não devem estar entendendo do que eu estou falando, especificamente. O caso é que, cada vez mais, os vizinhos do cortiço onde eu moro estão invadindo o meu espaço. O problema com a utilização da maquina de lavar eu resolvi colocando o plug dela pra dentro de casa e deixando desligado. Assim até podem mexer na maquina, mas não conseguirão usar. Levar a maquina pra dentro não é uma boa solução, pois ela é uma maquina pesada e estragaria de tanto levar pra dentro e pra fora e deixar sempre dentro de casa não é opção por não ter por onde escoar a água. Enfim, o lugar dela é fora mesmo. Outro problema é usarem meu varal. Qual o problema disso? É que o varal é meu e eu não quero que usem, simples assim. Mas também é ruim pois quando eu passo pelo “meu próprio” quintal eu tenho que ficar batendo ou desviando da roupa ou calçado dos outros. Até calcinha tem pendurada no meu varal. Lençol, toalhas e afins. Aí um dia eu me dei conta que haviam roubado o cabo do rodo. Não faço ideia de onde ENFIARAM, mas... Respirei fundo e fui perguntar se alguém, por acaso, tinha “visto” o cabo do rodo por lá. Na minha vizinha mais amada dei de cara com um tapete que minha mãe me deu e que ela, não sei por qual motivo, razão ou circunstancia, pegou emprestado sem pedir meu consentimento. Ela já tinha feito isso com vários outros panos de chão, mas aquele era um tapete bonito e não qualquer pano de chão, então eu esperei ela sair de casa, peguei o tapete de volta, lavei e guardei. Por alguma razão do meu organismo eu fico muda quando vejo essas coisas. Raras são as vezes em que consigo tomar ação na mesma hora, geralmente eu fico pasma com o desaforo e acabo ficando calada. Essa semana eu reparei que a minha vizinha (que agora está solteira e por isso “tem” que fazer muitas festas) resolveu, por algum motivo também desconhecido, usar o meu quintal pra depositar as latas de cerveja usadas. Uma pilha de latas, bem na entrada do quintal. Mais no canto do quintal ela colocou o botijão de gás e a maquina de lavar estragada, e do outro lado ela entulha toda e qualquer bugiganga (menos as TRÊS motocas da filha dela, pois estas estão atrapalhando no corredor... Assim não atrapalha só eu, mas também o vizinho que mora em cima da minha casa). O vizinho novo, aliás, não me deu problema nenhum. Inclusive foi muito simpático no primeiro dia, se apresentando como vizinho novo. Eu acho que ele tem mais ou menos o mesmo horário que eu, então ele não faz muito barulho... Fica pouco tempo por lá zanzando e depois dorme. O ruim de ter alguém morando em cima é que eu descobri que o ralo da casa dele não foi vedado, então quando ele toma banho a água cai aos montes no meu banheiro. Bom... Outro dia eu estava me queixando e me queixando (e não pela primeira vez) e o meu namorado disse que, na opinião dele, eu deveria colocar tudo o que é meu pra dentro de casa (alguém da minha família já tinha sugerido isso, na verdade). Na hora eu fiquei com raiva, pois como o quintal é meu, teoricamente quem deveria desocupá-lo era a vizinha para que eu pudesse usá-lo plenamente, e não o contrário. Fiquei com um mau humor memorável até dormir... Mas ontem quando cheguei em casa eu estava bem “animada” e resolvi fazer a limpa. Peguei tudo o que era meu e dei um jeito de caber dentro de casa (empilhei por lá). Peguei as latas da vizinha e joguei fora (a vontade era espalhar tudo pelo quintal dela, e a segunda vontade era perguntar “Ô sua vadia, ta achando que aqui é lixeiro?”, mas eu tenho medo que ela me bata e eu sou pacífica demais pra isso...). Lavei tudo por lá. Hoje vou tirar o varal e deixar só a parte que eu uso (tem uma parte que parei de usar por causa dos pombos... Eles cagam em toda a área descoberta). UFA, lavei a alma. Vocês devem pensar: por que ela não se muda??? A única casa que eu achei que eu poderia morar, mudei de ideia assim que li o contrato de locação. Depois daquela, que foi mais ou menos no inicio de agosto, eu não achei outra. As casas disponíveis são grandes e caras. Quando são pequenas não tem garagem (como essa minha... Meu carro está na rua!). Quando são pequenas e tem garagem são caras. Quando não são caras, são longe demais. Eu tenho olhado em diversos sites de imobiliárias, em mais de uma cidade, quase todos os dias, mas mesmo assim não tive sucesso ainda. Quando eu acho alguma que é mais ou menos ela já está reservada... Tenho desconfiado que eles colocam as casas no site só pra fazer lombriga na gente, mas que na verdade elas já estão reservadas desde o sempre. Eu ter dado uma trégua pro aborrecimento e colocado as coisas pra dentro não significa que eu tenha desistido de me mudar, mas por hora eu me rendi. O engraçado é que quando eu comento sobre o assunto o pessoal logo pergunta: “por que você não se casa de uma vez?”. Só me resta rir, pois existem tantas respostas que até complica escolher uma boa pra dar. Mas ontem eu ouvi uma boa: “por que você não compra um apartamento?”, seguida da seguinte observação: “tem uns aqui perto por 150 mil!). Hmm, isso me fez pensar. Eu não quero comprar apartamento ainda... Queria esperar a hora certa (e eu acho que não é agora). Quem sabe eu não mude de ideia... Se o tempo ficar mais nebuloso ali onde eu moro pode até ser que eu pense mais no assunto... Enfim, blábláblá. Só queria contar pra vocês como anda a minha vida no sentido “moratício”. As vezes eu até me pego me divertindo ao contar alguma das peripécias das minhas vizinhas... No resto está tudo dentro dos conformes e eu estou muito feliz, obrigada.