domingo, 26 de janeiro de 2014

Lista de prioridades

Hoje eu vi um post no facebook de uma pessoa falando de uma nova conquista, e era a compra de um ventilador. Achei engraçado e me identifiquei.
Teve uma vez que eu realizei o sonho de comprar um varal de chão, que era uma coisa que há muito tempo eu vinha cobiçando, mas até então nunca tinha me mexido pra comprar.
Pode parecer estranho, pois são coisas baratinhas e que, ao menos aparentemente, “não comprometerão o orçamento”. Mas não é tão simples assim. Além de um varal de chão, tinha muitas outras coisas que eu queria pra mim.

Isso nos leva a estabelecer prioridades na vida. Se eu tivesse comprado um varal de chão na primeira vez que vi um, eu teria deixado de comprar outras coisas que eram mais importantes naquele momento da minha vida. Uma coisa pode ser barata, mas se você comprar ela, a realização de um sonho maior fica mais distante.

Claro, você pode comprar parcelado em 10 vezes e assim comprar várias coisas ao mesmo tempo, mas aí é interessante que você fique 10 meses sem ter nenhuma vontade de comprar nada que esteja fora do orçamento, além de que você deve rezar para que não aconteçam imprevistos, como uma gripe ou uma promoção inesperada para o caribe, que você estava esperando há tanto tempo.
O problema é que esse é um dos assuntos que é muito fácil falar, mas na prática a realidade é diferente.
Eu demorei anos pra chegar nessa conclusão (apesar de conhecer a teoria, como todos conhecemos), levei muitos tombos financeiros, paguei muitos juros, fiquei com vontade de muita coisa, mas nem tudo a gente aprende com os erros dos outros.

Depois de me recuperar de um rombo no orçamento, eu fiquei muitos anos sem cartão de crédito, e comprava tudo à vista. Mas cresci e resolvi ter cartão de crédito novamente. Só que agora, talvez pelo trauma adquirido, eu não gosto mais de parcelas (aliás, tenho um real pavor de grandes números de parcelas, como financiamento de casa ou carro), e tenho preferido comprar a vista, mesmo que não pague juros para parcelar. Mas também não deixo de parcelar uma coisa mais cara que eu queira imediatamente... Por exemplo, se eu tiver que parcelar o seguro do carro, que é caro, eu parcelo numa boa, mas parcelar compras pequenas eu só faço se for alguma coisa inesperada. Se eu tiver com o dinheiro contado e tiver que comprar um remédio, então eu até posso parcelar.

Mas o interessante é você sempre se questionar se você realmente precisa daquilo. Se realmente você quer e pode gastar dinheiro com aquilo, ou se você pode esperar mais um mês, ou se você pode contornar a situação gastando menos. Uma coisa é você se endividar por causa de doença, e outra é você se endividar por causa de ter tentado abraçar o mundo com seu salário. Sim, a dívida e o sofrimento pra pagar serão os mesmos, mas quando você deitar pra dormir, você não vai encostar a cabeça no travesseiro da mesma maneira.

Até então, sem filhos e solteira, eu estou obtendo sucesso ao seguir essas diretrizes.
Já tenho planejado, em mente, qual grande gasto pretendo fazer primeiro e tenho sérias esperanças de que não vou estragar tudo nos próximos anos. E vocês?