sexta-feira, 8 de junho de 2012

Presente ou ausente

E agora, o que eu dou? Quanto eu gasto? Onde eu escondo?



Uma época eu era bastante ligada nessas convenções de dar presentes em determinados dias... É um presente no dia do aniversário, um na páscoa, um no natal, um no dia tal e outro no dia tal.

Até que tentava fazer certinho, mas quando a distância entra na vida da gente, como eu faço pra comprar um presente especial pra uma pessoa que eu amo e entregar no dia certo (e sem dar o abraço que deveria acompanhar o presente)?

Então eu desencanei. Agora eu acho que a gente tem que dar um presente que seja “o presente certo”. Aquele presente que você tem certeza que a pessoa vai gostar, que é a cara dela, que ela precisa ou que ela quer ou sei lá.

Isso começou quando resolvemos organizar um grupo de presentes aqui na empresa... Eramos em praticamente 50 pessoas e o pequeno grupo da organização tinha que comprar um presente com um determinado valor, e o escolhido foi 100 reais. Depois percebemos que é muito difícil você comprar um presente de 100 reais. Um que agrade de verdade e que a pessoa não se sinta lesada. No final das contas (do ciclo) cada um pagava o seu presente...

Mesmo assim eu percebi que é muito melhor você se esforçar e entregar um presente atrasado pra agradar a pessoa que vai receber do que comprar qualquer coisa de ultima hora, vulgo “presente coringa”. Ah, se é mulher vamos dar uma bijuteria ou uma blusa e se for homem vamos dar uma camisa de time de futebol. Blééé, errado!

Assim, um belo dia, do nada, eu resolvi fazer um presente especial pra dar pra minha mãe... A gente já tinha dado blusa, livro, TV, cama... Não tinha mais o que a gente dar pra equiparar com os últimos presentes, então eu preferi dar uma coisa especial. Comprei uns tecidos, um álbum de fotografias e personalizei, com todo o amor que eu tinha. Dei com a maior satisfação do universo, pois por mais que não era um carro nem uma jóia cara, era uma coisa especial, que ela sabia que eu tinha dedicado horas do meu tempo pensando em agradá-la. Se deu certo não posso dizer (quem pode dizer é ela, mas também é provável que ela diga que gostou, kkkkk, então não precisa dizer nada!), mas que eu dei um presente muito mais confortável do que se eu estivesse dando um brinco de ouro, com certeza foi.

Pras minhas amigas eu resolvi fazer uma nécessaire. Comprei os tecidos coloridinhos, a espuminha pra ficar mais grosso, a cola e tudo o que precisava e costurei bem fofo. Coloquei dentro, pra uma sugestão de uso, uma calcinha e uns absorventes. Achei que era um presente lindo e útil, e feito com muito carinho. Eu penso que isso é muito mais legal do que se eu tivesse, de ultima hora e por obrigação, passado numa loja e comprado uma correntinha com pingente pra elas, ou uma toalha de banho...

Claro, não quero dizer que ganhar correntinha com pingente ou toalha de banho não seja legal... É claro que é... Eu mesma uma vez comprei duas pulseiras quase iguais, uma pra mim e outra pra minha mãe e dei a dela com o coração transbordando de mel... E outra vez pedi pra bordar um “eu te amo” em uma toalha pequena de rosto e entreguei pro meu pai...

O que eu quero dizer é que não precisamos nos apegar tanto assim às datas... Acho que é melhor você dar presentes em dias aleatórios, mas presentes com carinho, com dedicação.

Você pode ter pensado e pensado e resolvido que o que eu mais gostaria de ganhar é uma presilha de cabelo, mas então é ótimo, pois se eu ganhar a presilha e gostar como você achava que eu ia gostar, esse será um dia em que eu ficarei realmente MUITO feliz!

O valor do presente é outra coisa que eu não me atenho muito... Você pode me dar um presente de 200 reais e eu te dar um de 5, mas se nós gostarmos igualmente, acho que está tudo bem... Não é como em um amigo oculto, onde você se sente lesado... É uma troca de presentes, e ela não precisa ser obrigatória e/ou de um determinado valor pra fazer efeito ou ter sentido!

Um dos presentes que eu ganhei e nunca vou esquecer foi um que a minha amiga Sharon me deu... Era um imã de geladeira com uma canetinha pra anotar a lista de compras... Eu amei aquilo, sofri até dizer chega quando a canetinha sumiu, e eu me lembro daquilo com carinho até hoje... Eu não sei se ela se importou com o valor, se foi caro ou barato... Simplesmente ela acertou em cheio uma coisa que eu adorei. Outro presente memorável, que faz meus olhos brilhar toda vez, é um sapato que eu ganhei aqui do pessoal da equipe no meu aniversário passado. Me pegaram de surpresa e acertaram em cheio. E não posso deixar de comentar de um brinquinho que minha mãe me deu, simplesmente era do modelo exato que eu queria. Lindo, pequeno, básico e prático (na verdade quem me deu foi meu pai, mas quem comprou foi ela, rsrsrs).

Outra vantagem em não se ligar muito em datas é que você não precisa esconder os presentes... Nessa páscoa eu percebi que meu namorado queria um ovo de chocolate daqueles redondos... Antes que ele se mexesse e comprasse um, comprei e dei. Peguei ele de surpresa e ele adorou, lógico. No domingo de páscoa ele não ganhou nada, mas eu já tinha conseguido deixar ele feliz, e tenho a certeza que foi mais legal ter pego ele de surpresa do que ter dado um ovo de páscoa “qualquer” no dia certo ou então um ovo que ele já tinha experimentado...

Presentes são legais, é claro... Todo mundo gosta (ou não) de ganhar e dar (ou não). Mas chega uma hora que não tem mais o que dar! Ou também, se você não se importar, você pode dar um vinho pro teu pai todo ano, ou dar um ursinho pra namorada em todas e quaisquer datas comemorativas... Ou um buquê de flores, ou então uma camisa social pro chefe... Enfim, dê a mesma coisa se quiser, não é uma regra que as pessoas são mais felizes dando presentes legais do que dando “quaisquer” (depende do ponto de vista de cada um) presentes. Só estou dizendo que pra mim funcionou como uma luva. Prefiro atrasar ou dar um presente em um “dia normal”, mas agradar!

Nenhum comentário:

Postar um comentário