domingo, 8 de abril de 2012

Altas aventuras da Ana

Final de semana passado, dias 31/3 e 1/4 eu resolvi reservar para descansar. Resolvi não trabalhar e dormir bastante.
Sábado eu dormi mesmo, bastante. Muito mesmo.
Na verdade, a aventura do final de semana começou na sexta, então eu estou atropelando as coisas.
Sexta resolvemos ir ao teatro. Foi a minha primeira vez. Compramos ingresso em um site que dava desconto, mas pra conseguir o desconto teria que chegar com uma hora de antecedência no local, e era uma peça de comédia chamada “aquilo não cabe no caixão”.
Resolvemos então sair de casa 19 horas, pois teríamos que estar lá às 20, mas tivemos atrasos e então saímos mais ou menos 19:30.
Lógico que pegamos congestionamento, só que foi um mega congestionamento! Mudamos de rua algumas vezes na esperança de cortar o transito, porém obtivemos pouco sucesso com isso.
Com esses atrasos, já tinha passado de 20 horas fazia tempo, e o combustível do carro do Ed estava acabando, mas se a gente parasse pra abastecer não chegaríamos no teatro nem pras 21 horas, que era o horário de inicio do espetáculo.
O combustível foi acabando e acabando, até que uma hora tivemos que começar deixar o carro na “banguela” na esperança de ter combustível pelo menos até passar no próximo posto...
Quando chegamos ao teatro, o painel marcava que ainda teria 1km para rodar com a quantia de combustível que tinha (!!!!!!!!!!), mas chegamos um pouco antes das 21 e ainda assim conseguimos o desconto.
A peça é engraçada. Tem uns momentos ótimos e outros sem graça, o que imagino que seja normal.
Ao sair de lá, nossa maior preocupação era, obviamente, achar o posto mais próximo que, por nossa incrível sorte, era na mesma rua, era decida e além disso era perto. Só que o posto não era 24h então se ele não estivesse aberto teríamos que andar mais um pouco e virar uma esquina.
Ligamos o carro e andamos o suficiente pra chegar na decida e foi quando o marcador disse que o combustível tinha acabado, mas a sorte voltou e o posto estava aberto.
Resolvemos jantar, pois aventuras dão fome. Fomos ao Pizza Hut e pedimos uma pizza brasileira nova, que tinha tomate cereja na “composição”, e pra completar a noite espirrou um tomatinho na camisa do Ed, mas aí não é um problema assim tão grave, só resolvi comentar mesmo.
Depois de dormir MUITO no sábado, lavei roupa, limpei um pouco a casa e fomos ao cinema assistir Jogos Vorazes, que é bom sim, apesar de que ouvi pessoas falando que ele era “meia boca”... Bom, eu curti.
Como tinha dado o incidente com o carro do Ed no dia anterior e como a gente sempre usa só o carro dele, eu decidi usar o meu no final de semana. Gastar um pouco do meu combustível, um pouco do meu pedágio, entrada no shopping e essas coisas. E o carro dele estava para ser levado na revisão também, então a melhor coisa a se fazer era usar o meu que estava encostado mesmo.
E depois fomos dormir, pois o meu objetivo principal do sábado, como eu já disse, era dormir.
No domingo de manhã resolvemos patinar no parque Villa Lobos, então saímos entre 10 e 11 da manhã.
Claro que eu tinha que me queimar em um ponto onde esqueci de passar protetor, mas por sorte não ardeu. Atropelei duas mulheres (que ficaram irritadas) também pela inexperiência, mas o saldo foi positivo, pois estou quase aprendendo a frear do modo certo.
O modo certo não é utilizando o próprio freio do patins, e por isso mesmo que ele já deveria vir com um parafuso menor pra quando o freio for tirado, coisa que não aconteceu no meu caso, pois o parafuso extra veio do mesmo tamanho.
Sendo assim passamos no Shopping Eldorado, na loja onde o patins foi comprado, e trocamos o parafuso.
Depois resolvemos lanchar, já que depois iríamos em um churrasco pra conhecer a casa do amigo recém casado do Ed, só que na verdade a gente nem sabia se teria comida ou se era um churrasco só de cerveja (rsrsrs), então pra garantir lanchamos.
Uma delícia, principalmente quando a criança da mesa ao lado começou vomitar sem fim, coisa que não foi muito legal.
Tirando isso, passamos no mercado e compramos uma fanta uva pra levar e uma caixinha de cerveja pro Ed.
No meio do processo a gente combinou de passar na casa de um amigo dele pra irmos juntos ao churrasco, então ligamos pra ele e avisamos que estávamos indo pra lá, e assim foi feito.
Tudo teria sido perfeito. Churrasco com os amigos, tarde divertida, depois eu sairia cedo do churrasco já que tinha que passar no mercado comprar comida e também queria limpar novamente o banheiro e ir dormir cedo.
O problema é que não deu muito certo isso.
Quando estávamos saindo de São Paulo e quase entrando em Osasco (marginal Pinheiros, em frente ao terminal Ceasa da CPTM, aproximadamente km 5), resolvi trocar de faixa e ir pra faixa mais à esquerda.
Tinha um carro do meu lado que estava basicamente na mesma velocidade que eu, e outro na frente, na mesma situação, e todos estávamos no limite, que era 90 por hora.
Fiquei pacientemente esperando que o carro do meu lado fosse adiante ou me deixasse passar (na verdade eu reclamei que ele não tava me deixando ultrapassá-lo). Pelo jeito ele quis ser legal comigo e me deixou passar. Quando isso aconteceu, eu virei o volante. Quando eu virei o volante, o Ed, que estava ouvindo um barulho de moto, falou “cuidado com a moto”, mas nisso a gente só escutou o estouro.
Olhei pra trás e vi uma moto se espatifando em pedaços e minha calota rolando pra fora do asfalto. Nada de motociclista. Meu carro estava fazendo um barulho imenso, o que me fez pensar na hora que o rapaz estava embaixo do meu carro, sendo arrastado por mim que, em choque, ainda não tinha parado o carro. Quando parei, o Ed saiu correndo pra ver o motociclista, desliguei o carro,, liguei o alerta, peguei a mochila e etc, e então fui ao local onde ele estava caído (que não era embaixo do meu carro... Estava fazendo um barulho grande pois a roda havia estourado e o arame estava batendo na lataria).
Olhando, o motociclista parecia sem vida, mas depois eu vi que na verdade ele estava vivo e consciente, inclusive calmo. Foi ligado pro resgate, polícia, CET e etc, pra mulher dele e enfim, todas as providencias tomadas.
Resumindo, ficamos lá desde a hora que batemos (aproximadamente 2 e meia da tarde) até de noite, pois o processo é burocrático e ninguém sabia o que seria feito com  a moto...
O BO foi registrado e eu levei uma multa pela não portabilidade dos documentos obrigatórios do carro :P (porcaria mesmo... Nunca uso o carro, então não percebi que o documento não estava no lugar onde sempre esteve...), mas a multa é leve e acho que vou solicitar que seja transformada em advertência.
Chega desse assunto. É isso aí. O Seguro foi acionado e agora eles que vejam quem está certo ou errado, e assim que tivermos esse resultado, providencias serão tomadas, pois se eu estiver certa não quero arcar com todo o prejuízo (nem a seguradora quererá).
O que é incrível é que, na hora que aconteceu o acidente, muitas coisas passaram pela minha mente.
Pensei no estado do motociclista, o medo de ele ter falecido (estando eu errada ou não), pensei no transtorno de seguradora, ter que negociar quem está errado ou não, quem aciona o seguro ou não, se ele tem seguro ou não, se ele tem família ou não. Pensei que eu estraguei o dia dele (estando errada ou não), pensei que estraguei o dia do meu namorado, que estava pensando em ir em um churrasco com os amigos de infância e teve que se preocupar com  um motociclista acidentado. Pensei em todas as pessoas que ficaram no congestionamento causado pelo acidente. Pensei no susto que dei (errada ou não) em todas as testemunhas. Pensei que tudo o que eu tinha planejado fazer não daria certo, que eu gastaria dinheiro que não tinha. Pensei que os amigos do meu namorado ficariam preocupados se nós não ligássemos explicando a ausência/atraso, e pensei também que se eu ligasse pra minha família eles ficariam preocupados desnecessariamente, pois falar em acidente sempre deixa as pessoas nervosas e ansiosas... Enfim, pensei em MUITA COISA.
Quando a esposa dele chegou ao local, eu imediatamente pensei que ela faria um escândalo e provavelmente tentaria bater em mim. Não sei por quê. Ela parecia calma, mas eu tive muito medo. Bem no fim descobri que ela é gente boa, assim como o marido dela, que mesmo caído no chão me tranqüilizou quando eu comecei chorar de tanto susto, nervosismo e confusão de ideias.
Quando contei ao meu namorado e minha sogra que eu pensei no fato de ter estragado o dia dele, riram de mim.
Quer dizer, não exatamente riram de mim. Mas pra eles era uma coisa tão absurda que chegava a ser engraçado. Nunca passou pela cabeça dele ficar com raiva de mim por ter acontecido o acidente, e provavelmente nunca passaria pela cabeça dele que eu pensaria em ter “estragado” o dia dele. Acabei que deixei ele contente por ter pensado nisso e ter me preocupado com ele.
Como as coisas são interessantes não é?
Mais interessante ainda foi que uma mulher se jogou de um prédio aqui em Alphaville na semana passada e eu fiquei muito chocada ao assistir o vídeo (sim, baita imbecilidade... Não tinha nada que ter assistido, bem feito! Enfim, continuando:) e, depois do incidente do domingo, eu parei de pensar (constantemente) na mulher. Pensei muito nela. Pensei em como deveria ser ruim pras amigas dela, que poderiam pensar “puxa, eu percebi que isso poderia acontecer e não consegui fazer nada”, pensei na desgraça pra família dela, nas chacotas que ouviriam (ela pulou nua), na imensa imbecilidade de quem gravou a porcaria do vídeo, nos comentários burlescos que foram feitos antes de ela pular e perdi minutos pensando em qual estado ela deveria estar pra ter tido coragem de fazer o que fez.
Hmm, e dispenso comentários sobre o quão idiota de minha parte foi ter feito qualquer coisa que vocês tenham achado idiota, rsrsrsrs. Eu reconheço e já estou sofrendo as conseqüências do que quer que seja.

Um comentário:

  1. tava tranquilo porque não sofreu fratura exposta, não morreu, mas no fundo no fundo ctza q ele queria te matar por estragar a moto dele aehuaheuaheuae :D

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